quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cura do Diabetes? Uma causa perdida?

A pequena e doce Giovana, ( Gigi como à chamamos carinhosamente), nasceu no dia 27/02/2006 hoje, com 5 anos de idade. Criança meiga, doce, amorosa com todos, muito inteligente, desde pequenina sempre mostrou ter mais idade do que têm, chego até brincar com as pessoas que tenho uma pré adolescente de 5  anos em casa, uma criança normal. Sei que muitos vão dizer, como assim normal? Hoje ela não é mais normal? Aparentemente sim, mais por dentro tudo mudou no dia 02/01/2009 à exatamente 2 anos e 6 meses atrás. Normal seria se o seu Pâncreas não tivesse parado de fabricar insulina.
Sabe aquela sensação de que tiraram seu chão? É esta mesma, desse dia em diante, nossa vida mudou completamente, a criança que antes era saudável, agora estava em um leito de UTI, ligada à aparelhos, chorando compulsivamente, sendo furada a cada 40 minutos para saberem sua glicemia, levando agulhadas várias vezes ao dia para controlar sua cetoacidose diabética, enfim, não dormíamos mais, não nos alimentávamos direito, cabeça sempre a milhão, informações chegando a cada instante, novas descobertas, novos desafios, tivemos que recomeçar à viver. Pode parecer dramático para muitos, mais é isso mesmo, o diabético e todos à sua volta, digo, família, aprendem um novo modo de sobrevivência.
Aprende à lidar com a dor, com as incertezas, com a vontade de consumir algo que não pode, com o preconceito de muitos, muita vezes achando até ser contagioso, com olhares de piedade das pessoas achando que o diabético é um coitadinho. Mais sempre usei essa frase "Minha filha não é coitada, coitados são aquelas crianças que estão por esse mundo à fora morrendo de fome, sede, frio, pessoas desamparadas pelo nosso governo", graças à Deus a Giovana pode comer, beber, brincar,etc...
Tivemos também que aprender a lidar com as derrotas, mais também com as superações à cada dia.
As coisas mais simples, passaram a ser complicadas, como por exemplo ir ao supermercado fazer compras com a Gigi, antes o que era uma diversão, virou um pesadelo, não só pelo fato dela não poder comer açúcar, mais pelo preço dos produtos diets, vocês não imaginam o que sente uma mãe ao se deparar com um pacote de bolacha diet custando quase R$4,00 enquanto uma bolacha comum custa mais ou menos R$ 1,70, a gente para e pensa, será que nós vamos ter que ser reféns da indústria de produtos diet? E confesso à vocês, por muito tempo fomos sim, bolachas diet, refrigerante diet, gelatina diet, chocolate diet, balas diet, granulado diet, pirulito diet, achocolatados diet, e por aí vai... o mercado é muito vasto, chamativo, cheio de novidades. Não que eu estivesse insatisfeita com tudo isso, que foi para nós de grande valia naquele momento, sou grata sim, mais graças à contagem de carboidratos que passamos a realizar com a Giovana, deixamos de ser reféns, desse ramos da indústria alimentícia.
Não é justo crianças serem privadas de tanta coisa gostosa e saborosa, se até nós adultos, quando começamos a fazer regime, sofremos, imagina as crianças! Com essa nova realidade nos apresentada, passamos à consumir produtos normais, claro que com moderação. Algumas coisas ainda consumimos diet, mais não somos mais reféns.
Mais por outro lado, a indústria farmacêutica nos cativa à cada dia. Proporcionar à Giovana dias agradáveis de bom controle, nos deixam felizes, boas canetas de aplicação de insulinas, boas agulhas, boas insulinas, bons glicosímetros, sabe o preço de tudo isso? Mais uma vez nos tornamos reféns da indústria. 
Mais mesmo com tudo isso não desanimamos, esperar pela cura, nos fortalece a cada dia, sempre oramos muito pra Deus iluminar a mente dos cientistas, dos inventores,  das pessoas de grandes posses, para que de alguma forma possam contribuir para novas pesquisas, novas descobertas... Sempre digo para a Gigi, filha um dia ainda vamos poder dizer em um único coral....A CURA DO DIABETES EXISTE!!!!! NUNCA MAIS VAMOS PRECISAR REMEDIAR!!!!!
Não vamos desistir nunca, vamos nós mães, pais, irmãos, avós, familiares, amigos de pessoas doces, unir nossas forças e fazer valer nossos direitos.

2 comentários:

  1. Du,

    Fiquei emocionada agora no final da leitura. Faço parte desse grupo que ora para que cientistas, inventores e pessoas de grande posse – sobretudo aquelas que estão à frente da tomada de decisões que podem vir a beneficiar a coletividade – se permitam a receber a luz divina, que ilumina a todos, indistintamente.

    E tenho certeza de que você, a Gigi e mais milhares de outras crianças se reunirão neste lindo coro para comemorar a cura!

    Ontem, Du, estive diante de um senhor que usa a bomba de insulina e que tem diabetes há mais ou menos 40 anos. E foi assim que ele relembrou: "— Porque na minha época, quando eu descobri o diabetes, a gente só tinha a insulina NPH... Não tinha recursos, sabe? Quando eu ficava com muita vontade de tomar um refrigerante, a minha mãe comprava aqueles ki-sucos e uma garrafa de água com gás. Ela misturava, pingava adoçante, chacoalhava a garrafinha e eu tomava..."

    Este senhor acompanhou muitas mudanças, Du. E, estabelecendo esse paralelo, o que hoje para ele representam todos os produtos diet e a bomba de infusão de insulina serão o equivalente à cura que a Gigi estará comentando com alguém daqui a algum tempo: "— Naquela época, quando me tornei diabética, o tratamento era outro... Ainda eram poucos os que usavam a bomba de insulina, que também foi um grande marco, até que chegasse a cura... E eu precisei ficar internada, porque aconteceu uma descompensação da glicemia... Mas eu sempre me lembrava da minha mãe dizendo que, um dia, a cura chegaria, e que iríamos comemorar... E a minha mãe e muitas outras mães também participaram desse processo para a descoberta da cura, porque elas se posicionaram a respeito... Hoje todos somos beneficiados por isso, mas naquela época..."

    Eu mesma: quantas mudanças já não acompanhei nestes 15 anos?... Muita coisa aconteceu! E entendo perfeitamente o que vocês e a Giovana passaram; não se trata de nenhuma "dramatização" do ocorrido. A grande aprendizagem que temos é proporcional ao grau de dificuldade e de sofrimento que enfrentamos. E felizes das crianças que, como a Gigi, passam pela escola da vida contando com mães como você, que as amparam ao longo deste tão singular processo de ensino.

    Um grande abraço!

    Iara Mola

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